quarta-feira, 29 de setembro de 2010

TE COMIA, te levava para casa e.

[...] eu tenho uma teoria. os instintos vem sempre à frente de tudo. a parte racional abre as pernas e é completamente fodida pelo instinto. eu sou a prova disso. mas só disse isso para que você saiba do que estou falando. [...]

eu estava naquele pub de novo. meia luz. tudo de madeira. pairava um fedor de cerveja seca e cigarro. clima gélido, apesar dos aquecedores estarem funcionando a potência máxima. poucas pessoas. todos suspeitos, um olhando para o outro com olhos curiosos e, ao mesmo tempo, temerosos. o nome era Glasgow Smile. era uma piada. Glasgow Smile é um tipo de ferimento que filhos da puta fazem em outras pessoas. eles pegam a faca e cortam sua boca, de lado a lado, fazendo um sorriso novo em sua cara. é uma piada. de mal gosto.

eu estava no canto onde eu sempre sentava, tomando uma Guinness. até tinha meu nome cravado na mesa. eu fiz isso com minha faca. a mesma faca que havia usado a minha vida toda para cortar lindos pescocinhos femininos convidativos. aqueles pescocinhos perfumados. cheiravam a perfume doce. sempre são sensuais. dava vontade de morder até sentir a carne entre os dentes. a sensação era muito boa. satisfatória.

eu estava a procura de mais uma noite cheia. alguma donzela apaixonante que acordaria sem vida ao meu lado. alguém que me cativasse.

era meu passatempo favorito. chegava no pub e fitava alguma mulher até fazer algum contato visual. geralmente elas ficam sem graça. eu vou até elas e pergunto se posso me sentar. e aí o papo acontece. é nessas horas que sei quem vou acompanhar até a casa. são etapas que não podem ser puladas. é tudo parte de um grande processo. mulheres adoram processos. a maioria pelo menos. elas não gostam de ser diretas como homens. todos os homens, se pudessem, simplesmente chegariam em uma mulher e falariam algo do tipo "TE COMIA, te levava para casa e." ou "SEXO SELVAGEM, vamos fazer um". o instinto vem sempre à frente., essa é minha teoria. infelizmente as coisas não são assim. você tem que fingir interesse e não mostrar interesse ao mesmo tempo. tem que estar afim e não estar, ao mesmo tempo. mulheres são animais esquisitos.

eu estava elocubrando sobre este mesmo assunto quando.... ahh, sim. foi aí que ela entrou no pub. desceu as escadas escuras de madeira de uma maneira que incendiava o coração de qualquer homem. seus cabelos ruivos e sua pele branca realçavam sua beleza. ela usava um vestido preto e vermelho que não chegava até o joelho. um scarpin vermelho e uma pequena bolsa vermelha de festa. ela era linda. eu não conseguia enxergar tão longe, mas eu poderia jurar que seus olhos eram verdes, sensuais e perfeitos. seus seios voluptuosos estavam valorizados por um soberbo decote. ahh, decotes. é uma paixão. eles mostram só o que é necessário para atiçar a curiosidade dos homens. minha vontade era de me perder nele e nunca mais voltar. ela usava um batom vermelho escuro que contrastava com a palidez da pele de seu rosto. era um conjunto perfeito. assim que bati meus olhos nela, soube que ela era a escolhida.

ela parecia saber também, pois eu a fitei como um predador fita sua vítima. e ela parecia me encarar de volta, talvez respondendo a ameaça com um contra-ataque sensual. perfeito.

ela se sentou no bar, onde ninguém estava. era o lugar mais iluminado, mas mesmo assim não tinha muita luz. o barman estava boquiaberto. jamais tinha visto tamanha beleza e sensualidade em uma mulher. não posso o culpar. eu também estava sem ação. mas não perdi a pose. me mantive nas sombras até que a vítima desse alguma brecha e eu pudesse atacar. ela cruzou as pernas e pediu uma Guinness para o barman. suas pernas eram perfeitas. pareciam ter saído de uma atriz de filmes noir. sua pele branca contrastava com o ambiente. era como se emanasse luz. sua cruzada de pernas era um crime. ela merecia ser presa por tal. à minha cama. ela estava a poucos metros de mim. meio de lado. ela prendeu seus cabelos longos e levemente ondulados. fez um coque, mostrando seus lindos pescoço e nuca. perfeitos. eu queria aquele pescoço para mim.

ela parecia tranqüila e que estava acostumada com o ambiente. a maioria das mulheres não fica assim logo de cara. mas eu nunca a vi antes. ela fita o movimento. olha para tudo e todos com uma cara de quem está tramando algo, deixando aparecer um leve sorriso no canto da boca. la femme fatale. uma delícia de mulher. ela olhou rapidamente para mim com cara de quem olhou de propósito. fazendo de tudo para disfarçar mal, de propósito.

depois de alguns minutos, terminei minha caneca de Guinness e resolvi ir até ela. nessas horas há sempre um maldito frio na barriga. até para um filho da puta como eu. seu coração bate mais rápido, a ansiedade ataca e você simplesmente levanta. é esta pequena ação que diferencia covardes de corajosos. os covardes deixam a sensação tomar conta deles e permanecem sentados, deixando de lado a intenção inicial.

- posso me sentar aqui? - apontei para a cadeira do lado dela.

- não vejo por que não. - me respondeu, com um sorriso e um leve desdenho na voz. eu amo desafios.

não falei nada e me sentei. pedi mais uma caneca de cerveja para o barman.

- você... é nova por aqui, não é? nunca lhe vi neste bar.

- você vem para cá sempre ao ponto de saber quem freqüenta ou não o bar? o que você é? só um perdedor ou o dono do bar?

- nenhum dos dois. sou só um cara que gosta daqui. pessoas interessantes freqüentam essa espelunca. gosto disso.

- humm... teve alguma sorte hoje?

- ao que tudo indica... acho que sim.

ela dá uma risadinha e balança a cabeça, negativamente.

- não perca seu tempo comigo. eu só estou de passagem.

- não acho que conversar com você seria perder meu tempo. e você está de passagem para onde, vestida desse jeito?

- algo de errado com a minha roupa?

- nada de errado. tudo de certo. mas, de fato, não acho que tenha se vestido tão bem assim só para vir aqui.

- você está certo nisso. não estou vestida para ficar aqui. - ela deu uma risadinha. - você fuma?

- sim. quer um cigarro?

- não, só seu fogo.

ela tirou uma cigarrilha da pequena bolsa. tirei o isqueiro do bolso. ela se aproximou da minha mão. pude sentir seu perfume. meu deus, cheirava como anjos. era como se ela fosse uma fêmea exalando feromônios e eu um macho excitado. enquanto ela esperava a cigarrilha acender, ela me olhava, de cima para baixo, com aquele sorrisinho no canto da boca. a cigarrilha cheirava a cravo, canela e algo mais. parecia que tudo que ela fazia realçava o clima. os dois pareciam estar afim da mesma coisa e estavam fingindo que não.

- obrigada.

- não há de que. deixe-me pagar sua próxima cerveja.

ela não falou nada sobre isso. pedi a cerveja e o barman a trouxe.

- você não parece o tipo de homem que paga coisas à mulheres indefesas.

- não sou mesmo. mas você não parece uma mulher indefesa, não é mesmo?

ela ri e depois responde:

- touché.

- é de se esperar que uma mulher do seu tipo não seja fácil.

- do meu tipo?

- sim, elegante, inteligente, sensual e que sabe como deixar alguém curioso.

- como sabe que sou tudo isso?

- eu simplesmente sei. está estampado em seu rosto.

- sei... - disse com um leve sorriso de descrença.

- então... qual seu nome? - perguntei.

- deixemos os nomes de lado... mas pode me chamar de Red.

- é um prazer, Srta. Red.

- igualmente, Sr......?

- Black, me chame de Black.

- hmm... Sr. Black, vejo que fazemos uma boa dupla. - mais uma risadinha com significado desconhecido.

- parece mesmo, Srta. Red. ou pelo menos faríamos um belo padrão xadrez em um kilt escocês.

ela riu da piada sem graça de maneira superior. algo estava errado. parecia que ela não estava caindo no meu jogo. pelo contrário: eu estava caindo no jogo dela.

- seu perfume.. é muito bom. qual o nome?

- o que há entre os homens e perfumes? vocês sempre querem saber o nome deles. aposto que o nome nunca faria diferença para vocês. é só para puxar papo, não?

- na verdade, você tem um pouco de razão, na maioria das vezes é só para puxar papo. mas eu tenho algo com o olfato. gosto muito do cheiro que as mulheres tem. os cheiros naturais e também seus perfumes. gosto de saber reconhecer um perfume pelo nome. o seu é diferente. não conhecia nada do tipo.

- hum. diferente. - disse com um ar de surpresa - bom, o nome dele é "excentrique". feliz agora?

- muito. excentrique... - repeti para guardar o nome. - é um nome bastante apropriado.

- e você, o que tem a dizer da sua pessoa?

- bom, não muito. sou um cara que gosta de desafios. gosto de experimentar o novo. aqui parece ser um bom lugar para isso. sempre me surpreendo toda vez em que venho para cá. e hoje você me surpreendeu. não esperava que esta pocilga atrairia alguém como você. - não estava acreditando nas palavras que saíam da minha boca.

- ora, vejam só. um homem durão com sentimentos?

- não são sentimentos. são impressões. posso estar errado sobre você. você que tem que me dizer.

- escuta, só por que eu sou bonita, não significa que eu seja tudo isso que você falou. você deveria tomar cuidado com quem se envolve.

- por que? você é perigosa?

- eu talvez seja. nunca se sabe. - sorriu e piscou lentamente para mim, maliciosamente.

- o risco. é algo excitante, não? a dúvida.. o medo de se envolver com alguém que não conhece. é sempre excitante.

- é o que dizem: tudo que é proibido é mais gostoso.

nesse momento, eu me aproximei dela. fiquei muito próximo. mais do que seria aconselhável. mas não conseguia evitar. ela estava me embebedando de beleza e sensualidade. aquele decote me chamava, gritava o meu nome. era difícil não olhar para aquele paraíso em forma de carne. ela já estava quase na minha. quase.

- sabe, meu nome do meio é 'perigo'.

- e o meu é "é mesmo?".

eu conseguia sentir seu hálito. um misto de cerveja com algo doce. tive vontade de simplesmente beijá-la a força e enfiar minha língua em sua garganta. ela era maravilhosa.

- sabe do que você precisa?

- do que?

- de se desarmar. você fica tensa quando está na defensiva.

- não estou na defensiva. é só o meu jeito.

- posso fazer um teste?

- que tipo de teste?

- não vou fazer nada. só fica parada.

levantei minha mão esquerda, a que não estava segurando a caneca de cerveja. ela me olhava fixamente nos olhos. nós estávamos a quase um palmo de distância um do outro. passei o dedo levemente na pele de seu braço direito e fui subindo até o ombro, finalmente chegando até o pescoço. ela se arrepiou como um gato amedrontado, fechou os olhos e respirou fundo, estufando seu peito com ar. então senti o momento certo. cheguei perto de seu pescoço e a beijei suavemente. senti de perto aquele perfume viciante e adocicado. senti sua mão na minha nuca. ela, então, me pressionou contra seu pescoço. encostou sua cabeça em mim. eu podia sentir sua respiração. ela havia se transformado de mulher durona para uma amante perfeita. subi para sua orelha, respirei perto dela de propósito. isso faz com que elas se arrepiem mais ainda. sussurrei algo no ouvido dela. isso fez com que ela soltasse o ar pela boca quase soltando um gemido. então me dirigi aos seus lábios desenhados perfeitamente com o batom vermelho. eu a beijei como um homem beija o amor de sua vida. minha mão esquerda passeava por seu corpo, descobrindo cada curva e detalhe de sua pele.

- vamos para a sua casa. agora. - ela disse em meu ouvido.

mas meu jogo não era esse. eu queria levá-la para a casa dela, onde faríamos amor, depois sexo, sexo selvagem e, em seguida, eu tiraria a sua vida. foi fácil demais. isso não está certo. nem eu sou tão bom assim. mas não importa. ela que está no comando agora. eu sou um mero servo. um escravo. eu deposito minha confiança cega e sem limites naquela mulher inacreditável. aí estava meu erro.

- vamos, agora. - eu estava vencido no meu próprio jogo. mas eu não ligava. eu precisava sair dali com ela.

pegamos um táxi. estava nevando. a cidade estava fria. mas a temperatura dentro do táxi estava alta. muito alta. eu não conseguia me conter. ela, aparentemente, também não. ela fez algo comigo. não estava me reconhecendo. eu estava me sentindo um sortudo de ter saído daquele inferninho com ela. não era pra ser assim.

chegamos no meu apartamento. é um bom apartamento, com mobílias de madeira escura. eu realmente tenho bom gosto para tal. não paramos nem no elevador. aquela mulher era maravilhosa.

passamos direto para o meu quarto e deitamos na cama sem nos desgrudar pelos lábios. minhas mãos continuavam o descobrimento daquela escultura grega perfeita. que pele. meu deus. era tão macia que anjos poderiam dormir em seu colo. era tão perfeita que até deuses brigariam no olimpo para tê-la. era motivo suficiente para começar a III Guerra Mundial. um novo holocausto. que mulher... meu deus.

eu comecei a passar a mão nas suas coxas. fui subindo para alcançar o que seria meu prêmio esta noite. eu já estava convencido que não haveria morte ali. não poderia haver morte. ela é demais. não conseguiria tirar sua vida. alcancei, então, sua calcinha. uma minúscula calcinha com as laterais finas demais para demarcarem sob a roupa. ela estava vestida para o crime. com a mão direita comecei a despí-la, começando pela calcinha. eu não queria saber de preliminares. depois de tirar a primeira peça, parti para seus seios. abri seu vestido que tinha o fecho nas costas. tirei as finas alças que pendiam em seus ombros de pele aveludada. devagar, fui tirando seu sutiã, apalpando meu objeto de desejo daquele momento - seus seios deliciosos com bicos claros, rosados. enquanto eu a mordia e apalpava, ela respirava ofegante e, de vez em quando, soltava suspiros em forma de gemidos.

voltei minha atenção à suas coxas, virilha e pélvis.

eu fiquei menos afobado e então decidi fazer mais preliminares. foi quando ela me pegou pela cabeça e falou:

- você tem camisinha, não?

- lógico.

- então...?

- ok.

aquilo era estranho para mim. ela que estava ditando as regras. ela é a primeira que faz isso. talvez por isso eu tenha me apaixonado. tirei minha roupa e então coloquei a camisinha, como ela pediu. bem, ela não pediu - mandou. ela me observava com um pequeno sorriso no canto da boca enquanto eu a colocava.

voltei para a cama e me posicionei entre suas pernas. não tive dificuldades para penetrá-la, ela já estava bem excitada. comecei devagar, como a maioria das mulheres pede. mas ela não é como as outras. ela me agarrou pelas costas e eu senti suas unhas se encravando na minha carne. ela então levantou as costas da cama enquanto cravava as unhas em minhas costas, levou sua boca perto da minha orelha e disse, sussurrando:

- isso é tudo o que você tem?

depois voltou para a cama e ficou me olhando, com aquele maldito sorriso no canto da boca. senti um escárnio no ar. um tom de desafio, um tom de ridicularização. me senti ofendido e então comecei a penetrá-la cada vez mais rápido e mais fundo, como quem diria 'então toma isso'.

a ruiva começou a gemer cada vez mais alto, a revirar os olhos e me cravar as unhas cada vez mais forte. ficamos vários minutos nessa posição até que ela disse que queria ficar por cima. não resisti, pois é uma das minhas posições favoritas.

trocamos de posição e ela ficou por cima. segurou meu membro e o posicionou dentro de si. assim, começou a cavalgar-me e eu estava em êxtase. não conseguia pensar em mais nada a não ser a sorte que eu estava tendo naquela noite. geralmente não é assim. geralmente eu que sou o dominante, o lado mais forte da corda. meu deus, o que há de errado comigo? essa mulher me enfeitiçou. que maravilha de ruiva. eu estava apreciando a vista: aquela pele pálida homogênea de que tanto falei, seios perfeitamente arredondados e arrebitados... ela era perfeita. virtualmente perfeita. depois de vários minutos nesta posição e olhares lascivos sendo trocados entre nós, eu estava quase tendo o que eu tinha certeza de que seria o melhor e mais intenso orgasmo da minha vida.

foi quando ela se debruçou em cima de mim e pressionou seus seios perfeitos contra o meu peito. com as duas mãos, segurei em sua cintura fina que mais parecia ter sido desenhada por um arquiteto perfeccionista. ela começou a gemer mais e cada vez mais alto no meu ouvido. disse-me que ia gozar. então comecei a estocá-la mais rápido para aproveitar a deixa e gozarmos juntos. por alguns segundos imaginei como seria deitar ao lado dela na cama enquanto fumaríamos cigarros e, logo depois, partiríamos para uma segunda rodada de sexo selvagem. nesse momento lembrei da minha teoria de que os instintos vem sempre à frente de tudo. TE COMIA, te levava para casa e. SEXO SELVAGEM, vamos fazer um.

meus devaneios se encerraram quando ela começou a gozar e gritar em meu ouvido. eu me excitei mais ainda com isso e então cheguei lá também. os dois no mesmo momento, sentindo praticamente a mesma coisa. o momento onde nada parece importar e nos atrapalhar. o mundo poderia estar implodindo, jorrando lava pelos ares e tsunamis poderiam invadir as cidades que isso não iria impedir o fato de você estar tendo um orgasmo. e você só vai se importar com algo quando a sensação acabar. fechei os olhos e meu corpo ganhou vida própria, estocando-a mais forte, mais rápido e mais fundo.

foi no meio disso tudo que senti algo quente e gelado ao mesmo tempo em minha garganta. comecei a engasgar. arregalei os olhos. lá estava ela, com aquele maldito sorriso no canto da boca. eu deveria saber. eu sou melhor que isso. eu sou mais esperto do que essa pessoa que se deixou enganar por uma ruiva maravilhosa e sexy.

filha da puta.

eu deveria saber.

- boa noite, Sr. Black. foi uma noite agradável. - ela disse ainda em cima de mim.

olhei em sua mão direita e vi uma pequena lâmina curva, com o cabo de couro vermelho escuro. alguns detalhes faziam o acabamento da peça. era linda. a Srta. Red começou a se levantar e eu tentei segurá-la pelos braços, mas não consegui, minhas mãos estavam escorregadias por causa do sangue jorrando de minha garganta que tentei aparar. eu tentava gritar, mas o som saia gutural pelo novo buraco que a Srta. Red havia aberto em mim.

maldita.

já em pé, eu a observo vestindo-se. não consigo me levantar. só quero que acabe logo.

ela se vira e vai em direção à porta de entrada do meu apartamento. ela fecha a porta e não olha para trás. aposto que o maldito sorriso estava lá.

a viúva negra. se eu tivesse que dar um nome a ela, seria este. uma perfeita predadora com mecanismos de defesa imperceptíveis que garantem seu sucesso. perambulando de espelunca em espelunca atrás de otários como eu. ela sabe como agir. ela tem jogo de cintura e é perfeitamente adaptável.

agora eu consigo enxergar. ela é o meu oposto. delicada, perfeita. mas, aparentemente, temos hábitos iguais. não era pra ser assim. era pra ter sido o contrário. mas ela me venceu no meu próprio jogo. eu deveria saber que isso ia acontecer. mas como eu disse, o instinto fala sempre mais alto, ele vem sempre à frente de tudo.

TE COMIA, te levava para casa e.

SEXO SELVAGEM, vamos fazer um.

CORTAR SUA GARGANTA, eu estou muito afim de.